07.07.2013 - Lança-Chamas Fest @ República da Música (Alvalade, Lisboa) - Xeque-Mate, Dawnrider, Midnight Priest, Inquistor, The Unholy

Começo já pelo fim felicitando o Faias pela organização do fest. Pareceu-me que tudo correu bem, horários cumpridos, etc. A sala estava fresquinha, o que foi um ponto a favor da República da Música. Quanto à adesão do people, esta foi razoável, dever ter rondado as 150 pessoas. Espere-se que cubra todas as despesas e, se possível, mais alguma coisa para as bandas e também organização. A imperial a 1.5€ dói sempre mas sa lixe, pelo menos estava fresco lá dentro!

O mote deste fest é o de propagar no tempo a memória do grande António Sérgio, o meu professor e o de muitos que lá estiveram bem como de alguns que lêem estas linhas. Sendo o Faias um xavalo com 20 e picos anos, é de louvar que tenha esta iniciativa (já na 2ª edição) visto que ele não viveu esses tempos. António Sérgio e Lança-Chamas, para sempre nos nossos corações!

As hostilidades iniciaram-se ao som de "Eruption", o mítico tema de Van Halen que fazia a abertura do Lança-Chamas, para, logo de seguida, os conimbricenses The Unholy iniciarem a sua descarga de metal sagrado. Gostei da prestação da banda (ainda não os tinha visto), um heavy musculado com a secção rítmica dos Midnight Priest e também com um ex-guitarrista dos padres nas suas fileiras. Para mim, a verdadeira atracção e o que mais me seduziu foi a vocalista, isto é, o seu poder e garra vocal. Para além de ser uma miúda gira, obviamente. Uma gaja com tomates, resumindo. Transportou-me automaticamente para os tempos da saudosa Lena (Mortífera) devido ao seu timbre aproximado à mítica vocalista dos anos 80, para mim e até hoje, a melhor voz feminina de metal que Portugal já viu. Mas também não é difícil... Quantas tivemos até agora?! Daí ser uma lufada de ar fresco ouvir esta miúda que tem bastante potencial e também a banda no seu todo. A grande surpresa foi a cover da "Queen Of The Reich", astonishing!!! Bem conseguida mas, acima de tudo, por se lembrarem desta malha mítica, um bem haja!

De seguida tivemos os Inquisitor e, uma das coisas que mais os prejudicaram foi o mau som constante que tiveram. Ao início, bateria era cú e, a pouco e pouco, o som lá se foi compondo mas sempre com muitas oscilações, variando entre o satisfaz menos e o medíocre. Quanto à prestação em si, foi mais uma boa actuação, enérgica como já nos habituaram. Pessoalmente, acho que a banda ganhava se variasse um pouco mais nalguns ritmos/riffs e na estrutura das músicas. Às tantas, cria-se uma certa sensação de repetição (sempre aquele andamento) mas isto é só um apontamento pois gosto bastante de Inquisitor. Temas como "Fulminado pelo Aço" (título à rockard , estou à espera de um título tipo "Siderurgia dos Infernos" ) incendiaram os presentes e foi a única banda que ainda gerou algum slam dancing na plateia pois cabeças a abanar foi uma constante!

Quanto aos Midnight Priest, o som também não esteve grande espingarda. Um concerto com a adesão e o cantarolar do costume por parte dos fãs mais acérrimos. Pessoalmente, acho que a banda deveria talvez pensar em fazer uma pequena pausa em concertos por cá pois parece-me já um pouco esgotada e já se estão a repetir/banalizar começando a perder um pouco aquela mística inicial. Parece que vão fazer uma tour pela Europa, o que vem na melhor altura. Dar algum espaço entre actuações é importante e, já agora, aos promotores, não repitam constantemente as mesmas bandas nos cartazes. Há muita boa banda na praça que merece oportunidade, é uma questão de procurar. O efeito colateral de estar a repetir constantemente as mesmas bandas pode ser mau, principalmente... para as bandas. O pessoal começa a fartar-se e deixa de ir aos concertos! Tomem esta opinião como construtiva, nada mais.

Dawnrider, com a sua nova formação deram um excelente concerto já com o som muito aceitável. Para a consistência geral contribuiram igualmente os novos elementos, com particular destaque para o baterista. Revisitaram-se os dois álbuns e ainda houve lugar para uma (ou duas?) malha(s) nova(s). Reitero o facto desta formação parecer-me bastante coesa e forte, talvez das mais fortes até hoje, portanto, podemos esperar um novo álbum surpreendente! Palavras eloquentes do master Xico para o António Sérgio, Xeque-Mate e Faias!

Por fim, o prato principal, os Xeque-Mate! Lendária banda hard n' heavy portuguesa, uma das que esteve LÁ, nos primórdios da coisa e que voltava a Lisboa 20 e tal anos depois da sua última actução que, imagino, deverá ter sido aí pelo RRV. Motivos mais que suficientes para os ir ver. Independentemente do gosto (que nos leva sempre a discussões intermináveis), há uma coisa que o pessoal deve ter neste meio: memória e, acima de tudo, respeito. Principalmente quando se tratam de velhas glórias que ajudaram, cada uma à sua maneira, a desbravar mato para que nós hoje possamos escrever um riff, etc. Sinceramente, não conhecia a banda por aí além, não me influenciou musicalmente (ao contrário de uns V12, Procyon ou The Coven) mas é sempre de louvar este pessoal - na casa dos 50 - que ainda se dá ao trabalho de tirar o pó aos instrumentos e presentear-nos com uma actuação irrepreensível! E que grande concerto! O som esteve perfeito e a actuação foi firme e hirta que nem uma barra de aço! Parece que nunca pararam, lembrando-me as actuações de Genocide que, cada vez que aparecem, é como se nunca tivessem parado de ensaiar e actuar. Obviamente que para isso contribui a mestria dos músicos. A voz mantém-se firme e em forma e, surpresa, numa das guitarras estava o lendário Paulo Barros. Tocaram vários temas novos e do álbum de 85 "Em Nome do Pai, do Filho e do Rock 'N' Roll". Pessoalmente, esperava que fosse um pouco mais dinâmico o concerto. Não sei se serão as novas malhas que quebram um pouco mas tirando esse pormenor, foi bem fixe ver estes dinossauros reerguerem-se e terem uma prestação exemplar. Haverá novo álbum na calha? É possível. "Ás do Volante", sem dúvida, A malha!

Notas finais:
Ambiente do best, numa verdadeira famila, sem problemas, sempre a curtir! Curti também ver o Freitas por lá, afinal o António Sérgio foi o seu "mentor". Se não me engano, António Freitas iniciou as suas lides radialistas em 1988 como assistente de António Sérgio, precisamente no... Lança-Chamas!

Zé Faias, venha o III!!!

Sugestões:
Shrine, V12 ou Casablanca.

Aquisições: LP de Afterdeath e Duplo CD + DVD de V12. Os mortos vivem, ahah! Viva a velhada!!!

uns reparos

Agent escreveu:(...) com a secção rítmica dos Midnight Priest (...)

o Alex estava apenas a desenrascar

Agent escreveu:Dawnrider, com a sua nova formação deram um excelente concerto já com o som muito aceitável. Para a consistência geral contribuiram igualmente os novos elementos, com particular destaque para o baterista. Revisitaram-se os dois álbuns e ainda houve lugar para uma (ou duas?) malha(s) nova(s). Reitero o facto desta formação parecer-me bastante coesa e forte, talvez das mais fortes até hoje, portanto, podemos esperar um novo álbum surpreendente!

a formação não tava completa, faltou o teclista, JP (ex-Divine Lust, Affaire e ex-Attick Demons).
Novas foram pelo menos 2.


esta madrugada, saem uns videos (Unholy, Dawnrider e Midnight Priest)



edit:

Agent escreveu:Quanto à adesão do people, esta foi razoável, dever ter rondado as 150 pessoas.

cerca de 100 pagantes

Valeu essencialmente por estar com amigos que já não via, em alguns casos, há mais de um mês.
Quanto às bandas, de um modo geral gostei, apesar do som ter tido uma tarde/noite complicada.
Comecei por falar dos amigos porque, sem faltar ao respeito a ninguém, já vi as bandas "n" vezes, tirando The Unholy e Xeque Mate. Em relação aos primeiros, confesso-me agradado e terei todo o gosto em reve-los numa próxima oportunidade. Já sobre os icónicos XM, partilho do que o Agent disse acerca do respeito que devemos ter por bandas com este passado e relevância. Respeito-os, pois já faziam heavy metal quando eu era apenas um projecto de gente. Isso não me limita, no entanto, nos meus gostos e na liberdade que tenho para os partilhar. Estava a ser chato, aos meus ouvidos, e sai antes de terminar. Não gostei minimamente dos temas novos (que infelizmente foram vários).

Foi uma bela tarde e noite, bom convivio, sempre fixe rever bandas como Dawnrider, Midnight priest e Inquisitor, The unholy já os vi uma vez e gostei, mas ontem por acaso já não os vi.
Xeque mate teve bons momentos, mas também achei alguns momentos chatos, as musicas novas não me cativaram, a certa altura o cansaço e a fome já me faziam desejar que acabasse o concerto rapidamente, mas fiquei fiquei até ao fim por respeito á banda.
Não percebi foi porque é que o som nas primeiras bandas não esteve lá muito bom e no final em xeque mate já estava bom!

Grande noite de heavy metal!
Gostei dos concertos onde participei claro e adorei dawnrider e inquisitor. Ja xeque mate, embora sejam otimas pessoas (sem vedetismos, o que é excelente, adorei mesmo), fiquei desiludido com o concerto. Como fã esperava bem mais, nao gostei das novas musicas e fiquei um pouco desagrado com a roupagem moderna que algumas musicas antigas levaram nos arranjos. No entanto foi bom claro, eu é que pensava que ia ser outra coisa...
Fica registada a critica do excesso de concertos e de repetição das bandas, e concordando deixando no atento a ressalva k estivemos quase 1 ano sem vir a Lisboa desde Moita jullho do ano passado, ate este ano em Abril com enforcer.
Pessoalmente, adorei a reaçao do publico , tanto num projeto tao excitante como unholy que está muito bom , como mais uma vez em midnight priest, que sao sempre brindados com uma boa reaçao dos "fãs  a cantarolar" como do resto do publico. É sempre uma honra, grande noite e grande alegria por fazer parte destes tempos.