André Matos - Mentalize

por ZePortouga 29/10/2009, 19:55

Vamos então criticar o novo (segundo) álbum da carreira "solo" do André Matos, o sucessor do bem aceite Time to Be Free (que eu não achei nada de especial) e vou já deixar aqui a minha opinião antes da crítica senão fica lá perdida no fim do mundo.

Este álbum é MUITO BOM. As composições do André Matos são impecáveis, tem (como poucos) uma capacidade de criar linhas vocais que vão de interessantes a fabulosas, As guitarras do duo André Hernandez e Hugo Mariutti são competentes bem como o baixo do Luis Mariutti e o Eloy Casagrande, menino prodígio da bateria brasileira mostra que sabe o que faz.
As composições estão mais ao meu gosto, menos palha, músicas entre 4 e 5 minutos e não há uma que eu ache aborrecida, nem mesmo a balada.

Não gostei da produção do Sacha Paeth e Miro, a bateria continua FLAT como no álbum anterior e pelos vistos a culpa é mesmo deles pois se fosse escolha do baterista tinha melhorado neste álbum e deixam os guitarristas fazer solos muito atabalhoados por vezes quando eles claramente sabem e podem fazer melhor, especialmente o Mariutti (deve ser da família) que há 4 álbuns que anda com o Matos e não sai da mesma treta de tom e de solos, raios o partam!
A Voz "rasgada" do André Matos faz-me desejar pela voz limpa da época Angels Cry - Ritual e aquele feeling que ele se mantém num Tom fácil em vez de presentear o ouvinte com uma performance melhor (embora menos exequível ao vivo) dá-me vontade de lhe atirar uma pedra ás fuças, até porque na Don't Despair o gajo mostra que ainda é capaz de tal.

EM SUMA, há quem diga que ainda bem que o André Matos não está nos Angra porque temos duas boas bandas, pois eu não concordo. Claramente a superior capacidade de composição do Matos e do Bettencourt, juntamente com a superior execução do Kiko fariam maravilhas quer nestes álbuns solo do Matos como nos álbuns dos Angra e eu preferia tê-los juntos do que separados. Os angra já estão a compor o novo álbum, sairá em 2010 segundo sei e esperemos que no mínimo seja da qualidade deste Mentalize. O Falaschi não é o Matos (em estúdio escapa mas ao vivo esquece-se do microfone), mas o Kiko e o Rafael dão 15-0 no Mariutti e no Hernandez.

Muito bom álbum de qualquer das maneiras.

O Track list vem em seguida mas eu ainda não ouvi as músicas 14, 15 que são da versão japonesa

1. Leading On
2. I Will Return
3. Someone Else
4. Shift The Night Away
5. Back To You
6. Mentalize
7. The Myriad
8. When The Sun Cried Out
9. Mirror Of Me
10. Violence
11. A Lapse In Time
12. Powerstream
13. Don 't Despair [Bônus CD Brasileiro]
14. Forever Is Too Long [Bônus CD Japonês]
15. Teo Torriate (Let us Cling Together) [Bônus CD Japonês]

1 - Leading On - Começa (e termina) com uns sons e batida brasileiros acelerando o ritmo (não muito) para uma música típica andré matos. A bateria é um ponto alto (como em todo o álbum), as guitarras são QB muito ao estilo da época Shaman/André Matos e uns coros ao estilo Angra (época Matos) que dão um belo toque a umas quantas músicas deste álbum.

2 - I Will Return - Começa com um coro meio léléu mas evolui para um bom riff mas é sol de pouca dura. Piano domina (é o único instrumento por trás dos versos) tornando a música estranha ao princípio, mas depois o coro volta a animar.... e os versos a desanimar... e por aí adiante. No fundo a música é bem fixe mas demorei a acostumar ao piano (que até é simples demais a meu ver).

3 - Someone Else - Alguns efeitos na guitarra e alguns efeitos na voz não disfarçam aquela que embora sendo uma boa música, é até esta altura do álbum a música mais "banal" que pouco traz ao álbum para além de ser uma boa música com um bom refrão salva pelo Andre Matos.

4 - Shift The Night Away - Começam com pressa nesta, com uma batida rápida e.... assim continua a música a uma velocidade como a Speed (Fireworks) ... na realidade, faz mesmo lembrar a Speed excepto quando aparece uma cavalgada das guitarras, nada usual e muito bem vinda. O Refrão... é, bem é Andre Matos.

5 - Back To You - Piano + Voz + guitarra acústica durante 1:30, passando a um tempo bem lento, com uns belos coros à mistura mas a mim estou sempre à espera que o Matos atinja aquela nota que só ele sabe ali no refrão mas ele fica-se sempre (propositadamente) abaixo excepto numa ocasião e nem aí ele mostra o seu "poderio" mas a música é boa e vale a pena ouvir para quem gosta de coisas calmas.

6 - Mentalize - Esta começa logo a acelerar, é um power metal bem executado, muito boa. É ouvir! Os Riffs estão muito bem engendrados, voz etc, e ao contrário das outras músicas, é a bateria que tem menos impacto na música embora até tenha um bocado feito para "brilhar".

7 - The Myriad - Bateria e lead de guitarra a começar, versos bem ao estilo andré matos fase holy land com refrão shaman fazem uma boa música

8 - When The Sun Cried Out - 25 segundos de nada para chegar a uma introdução estilo Rhapsody of Fire bem animada. A música acalma para o estilo da anterior com o piano a acompanhar os primeiros versos (de uma maneira menos estranha) mas evolui para um som ao estilo Evil Warning dos tempos Angels Cry dos Angra. Muito boa esta música, gosto especialmente das linhas vocais e da bateria.

9 - Mirror Of Me - Esta ao começar tem logo feeling de música de fim de álbum devido ás guitarras. A bateria é muito boa, estilo Thomas Nack (Gamma Ray) na música Gamma Ray https://www.youtube.com/watch?v=JuF4TKJXEyM , mas "imitações" à parte a música desenvolve bem, acelera e tem um refrão excelente

10 - Violence - Um início peculiar (e bonito) com teclas, juntando-se bateria e guitarras pouco depois dão entrada a uma das minhas músicas preferidas do álbum que inclui bons versos e refrões, guitarras, piano, coros e tudo o mais.

11 - A Lapse In Time - Balada, melhor prestação vocal no álbum, bonita como uma balada pode ser.

12 - PowerScream - Aqui a banda acelera para um típico fim de álbum em alta velocidade com o Eloy Casagrande a mostrar o que é capaz na bateria. De resto, nada de especial a apontar, uma música coesa, boa para ouvir, um power bem tocado. Dá ideia é que neste tipo de música, as guitarras do Hernandez e do Mariutti não vão muito além do "Feijão com Arroz" pelo que é conhecido o Luis Mariutti (baixo) o que é uma pena.

13 - Don't Despair - Esta, segundo reza a história é uma música escrita pelo andré matos há muitos anos, que nunca tinha visto a luz do dia. Pois bem, esta música mostra o porquê das bandas nunca conseguirem fazer álbuns iguais aos anteriores. Esta música tem aquele feeling, tom e tudo o mais do André matos na época Angra, é das melhores do álbum, com uma prestação vocal ao nível que nos habituou em tempos idos e que me traz boas memórias e no entanto, nenhuma das outras músicas do álbum dá a mesma sensação desta música... As bandas deviam ter composto muito mais músicas nos anos 80 e 90 para agora lançarem álbuns ao meu gosto haha