Irmandade Metálica
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Winter Cry

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Mensagem por X_Acto 10/8/2009, 23:46

Vimaranes Metallvm escreveu:

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Os Winter Cry foram uns dos pioneiros do Metal extremo vimaranense. Cessaram funções em 2000, contudo, a história do Metal vimaranense, assim como a do Underground luso, jamais será escrita sem que se lhes faça uma referência.


Foi no final de 1994, annus horribilis, que os Winter Cry se formaram. Nasceram com o nome de Dark Funeral, que, por razões óbvias, foi pouco depois alterado quando através de uma fanzine tomaram conhecimento da existência de uma banda sueca com o mesmo nome. A designação foi então alterada para Seellem Messe, Missa dos Mortos em linguagem bárbara. Antes disso, ainda tiveram várias actuações pelo Norte do país e divulgaram a demo promocional “Live at ESFH”, gravada ao vivo aquando do festival In Concert na Escola Secundária Francisco de Holanda. Os Dark Funeral foram também uma das bandas integrantes do festival Musical Barraca decorrido em Junho de 95 no Pavilhão Francisco de Holanda juntamente com Manuel Freire, Joana D’Arc, Apáticos, Oppius, Samantha, entre muitos outros.


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A denominação germânica duraria muito pouco tempo, pois no final do ano de 1995 quando Luís Lisboa se juntou como baixista aos membros fundadores: Bruno Moura (voz), Francisco Dantas (guitarra), Nuno Antunes (bateria) e Pedro Lino (baixista e teclista), a designação muda definitivamente para Winter Cry. Iniciam nova série de concertos actuando com bandas como In Darkness, Ciborium, Disgorged e Kamikazes. Pouco depois gravam outra demo promocional simplesmente intitulada “Rehearsal Tape 96”, que lhes permite continuar a actuar pela zona minhota, salientando-se a actuação em Barroselas, 24.03.97, com Tortura e Extreme Unction.

Nos dia 3 e 4 de Abril do ano de 97 os Winter Cry gravam nos estúdios Rec’n’Roll o seu primeiro trabalho profissional, intitulado “Celestial Winds”. A demo-tape, lançada em formato cassete continha quatro temas, "Tétrica União", "Spiritual Death", "Desire… Just Another Feeling" e "Dark Deepest Dreams".


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Este foi o ponto de partida para uma nova série de espectáculos e participações em festivais como o Garage’ Rock (promovido por José Manuel Marques e o seu programa “Duas de Peso”) ao lado de Imortalis, Eternal Tears, Mysterium, etc.; Rock in Mesio”, ao lado de Kamikazes, In Velvet Clouds, Sunblow etc. E uma actuação no saudoso Milenário Bar (Largo do Toural) com Goldenpyre e Facts of Life, ficando esta para a memória como a última dada com a formação que gravou “Celestial Winds”.


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No final de 97 a banda atravessa novo período de mudanças de line-up após a saída de Nuno Antunes e Francisco Dantas por motivos pessoais. Para a banda entra o Telmo (Lobster) – para fazer dupla de guitarras com Luís Lisboa (de volta ao seu instrumento de raiz) – e Joel Pinheiro para o baixo. Pela secção rítmica passou ainda o Paulino (ex Imortalis), mas esse lugar só ficaria preenchido com o regresso de Francisco Dantas para o drum-kit.

Com a formação novamente estabilizada retomam as actuações com a 2ª fase da mostra/concurso “Don’t Stop Le Metal em Vizela, na discoteca Séc. XXI, onde competiram com os Shiver, tendo sido os Kormoss a banda headliner e Dark Mass e Holocausto Canibal as bandas de abertura. Prosseguem a promoção à demotape “Celestial Winds” com diversas actuações salientando-se a do Celeiro Rock em Aveiro, o Liceu Rock juntamente com In Tha Umbra, Amorak, Bloody Tears, Kamikazes, Scurf, etc, uma nova passagem pela Escola Secundária Francisco de Holanda e o Metalicus Reveilon de 98 em Barroselas com Holocausto Canibal, Thanatos e Goldenpyre.


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O início de 99 trás nova mexida na formação, com a saída do Telmo as seis cordas ficam entregues apenas a Luís Lisboa, e entre o final de 99 e o começo de 2000 ainda actuam várias vezes, uma das quais no Night Club da Av. D. Afonso Henriques com os Blindfold, Seraphitus e Morgue.


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O estio do novo milénio trás a inevitável separação da banda. Com o baixista a estudar e morar em Lisboa, o vocalista no Porto, o baterista em Ponte de Lima e o guitarrista em Braga, assim como com as crescentes divergências musicais a acentuarem-se, os Winter Cry cessam funções no Verão de 2000.

Para a história fica o território desbravado por uma das bandas pioneiras do metal extremo vimaranense, as suas quatro dezenas de espectáculos, duas demos promocionais e uma profissional, várias participações em compilações, etc.



Última Formação:

Bruno Moura – Voz (actualmente nos Square)
Luís Lisboa – Guitarra (Hacksaw, Black Tyrant e Stuprum Dei, ex Nox Obscura, ex Amorak, ex Séraphitus, ex Bloody Tears)
Francisco Dantas – Bateria (actualmente nos Inside Four Walls, ex Kamikazes)
Joel Pinheiro – Baixo


Ex membros:

Telmo (Lobster) – Guitarra [ex Apáticos (98/99)]
Paulino – Bateria [ex Imortalis (98)]
BJ – Teclado [ex Blindfold (97)]
Nuno Antunes – Bateria e Teclados de sessão (94/98 membro formador)
Pedro Lino – Baixo e Teclado (94/96 membro formador)
Mário – Baixo (membro de sessão no espectáculo na ESFH)



Lançamentos:

PromoTape - “Live at ESFH” (26.06.95)

1 Evil Returns
2 Misery Path
3 Blood Lost
4 Satanás
5 Romantick f**k
6 Creatures of Earth


PromoTape - “Rehearsal Tape96” (13.07.96)

1 Misery path
2 Power of Dreaming
3 Dark Funeral
4 My World
5 God of Sorrow
6 Evil Returns


DemoTape - “Celestial Winds” (3/4.04.97)

1 Tétrica União
2 Spiritual Death
3 Desire… Just Another Feeling
4 Dark Deepest Dreams


Site tributo: www.myspace.com/wintercry


Winter Cry na web:
Metal Archives: www.metal-archives.com/band.php?id=38684
NecroMetal: www.geocities.com/nekrometal/wintercry.html?200631

Entrevista na Aphrodite'Zine: http://www.geocities.com/aphroditezine/n2/wcry.html
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Mensagem por X_Acto 10/8/2009, 23:48

Entrevista ao Luis Lisboa, pela Aphrodite Zine:

"#2 - Setembro 1998

Começava o ano de 1995 e ao mesmo tempo surgiam os Winter Cry. Esta banda de Guimarães tem como principal inspiração, como o próprio nome indica, o Inverno e os sentimentos e emoções que esta estação provoca nas suas almas. A música pode defenir-se como um black/death com o uso de teclados, e nada como ouvir a demo de estreia "Celestial Winds" para confirmar a qualidade e boa margem de progressão desta banda constituída pelo Bruno (voz), Luis (guitarras), Telmo (guitarras), Joel (baixo) e Xico (bateria). Sem mais palavras convido-vos a ler a interessante entrevista feita ao Luis, e já agora contactem a banda pois todo o apoio é benvindo.
Marco

APHRODITE - Hail! Os Winter Cry são uma banda relativamente nova na cena nacional. Pessoalmente, porque é que sentiste a necessidade de formar uma banda de metal?
WINTER CRY - Hail! Pessoalmente não penso que os WINTER CRY sejam uma banda relativamente nova na cena nacional, pois completamos já há algum tempo três Invernos e meio, e a nossa demo-tape "Celestial Winds" foi antecedida por duas promo-tapes (Live promo, Junho '95 e Rehearsal promo, Março '96), as quais tiveram como destino servir apenas de material promocional junto de rádios e 'zines. A necessidade de formar uma banda de metal por parte dos elementos de WINTER CRY surgiu para suprir a falta de escoamento de emoções e sensações dos próprios, que tomam corpo sobre uma gélida música tocada em tom funerário.

A - Com a demo de estreia "Celestial Winds", o que é que os Winter Cry vieram trazer de novo ao underground nacional?
WC - Todo o trabalho de WINTER CRY é baseado na sua emocional, pura e singular essência. Com a nossa demo de estreia difundimos no underground a nossa música, os nossos sentimentos e sensações, tudo isto com o rótulo pessoal de winter metal. Ao underground nacional trouxemos com certeza algo singular, pessoal e emocional.

A - Quais são as tuas bandas preferidas a nível nacional e internacional? Achas que constituem uma influência directa quando ajudas na composição de uma música de Winter Cry?
WC - A nível nacional as minhas bandas preferidas são: CELTIC DANCE, DECAYED, DESIRE, GENOCIDE e TARÂNTULA; a nível internacional MAYHEM (the true), BATHORY, DIMMU BORGIR, VENOM e MERCYFUL FATE são as minhas bandas preferidas. Não, elas não constituem uma influência directa, e nunca o poderão constituir, pois como já referi, a essência de WINTER CRY assenta num estado puro e singular.

A - As letras da banda abordam essencialmente assuntos obscuros! Queres falar-nos um pouco mais sobre este aspecto?
WC - As nossas líricas são a encarnação do patibularismo semântico dos nossos sonhos, emoções e sensações. Não poderiam deixar de ser obscuras, pois a obscuridade é a raiz da qual brota toda a essência de WINTER CRY. As nossas líricas transmitem a nossa funéria filosofia e a atroz e irascível dor e raiva que nos domina.

A - O que achas das diferentes interpretações do conceito de Satanismo?
WC – A verdadeira e cristalina essência do Satanismo assenta num extremo estado de liberdade, onde o não dogmático, o não conformismo e o individualismo imperam. O Satanismo visa fortalecer, como tal é uma filosofia individualista e egoísta. Contudo, torna-se primordial distinguir filosofia de religião satanista, pois esta última rege-se de um depoimento que implica submissão, e claro está que ser manipulado ou desejar ser manipulado não é definitivamente um acto satânico.

A - Como é que está a correr a distribuição da demo? O número de vendas é um factor importante para ti?
WC - A distribuição do nosso malefício tem sido precária e diminuta, "Celestial Winds" ainda só teve direito a 3 edições, de 100 exemplares cada uma delas. O número de vendas nunca constituiu um factor importante, pois se constituísse, o nosso trabalho jamais seria baseado na nossa própria singular existência.

A - Têm dado muitos concertos? Sentes algo especial quando sobes para o palco?
WC - Actuámos já por cerca de duas dezenas de vezes por todo o norte do país, quando subo ao palco a adrenalina apodera-se do meu corpo, e posteriormente a música flui como descargas emocionais.

A - Qual o significado da frase incluída na demo, "The tree of true knowledge grows from the seed planted in darkness"? O que é para ti o verdadeiro conhecimento?
WC - Significa que da obscuridade brota o verdadeiro conhecimento, suportado por raízes anti-dogmáticas e pelo estado cristalino do tronco, que permitem o crescimento de lustrais ramos e de estrénuas flores, e por sua vez do luciferino e vertiginal fruto. O verdadeiro conhecimento é algo que procuro e morrerei a procurar. Antes morrer de pé do que viver de joelhos.

A - Mudando de assunto, sendo vocês de Guimarães, achas que esta cidade é mesmo o berço de Portugal? Admites que a formação do nosso país teve a ajuda dos cristãos através das cruzadas contra os Mouros?
WC - Guimarães é irrefutávelmente o berço de Portugal, pois aqui, sendo de conhecimento geral, em 1128 na batalha de S. Mamede foi conseguida a independência do Condado Portucalense, que doravante se tornaria Portugal. É também um dogma histórico que Portugal foi formado a partir das cruzadas cristãs, não sei porque é que não havia de o admitir. Mas concerteza que não haviam de ter sido os padres e os bispos munidos de seus levianos crucifixos e Biblías a ensaguentar, esquartejar e a expulsar os Mouros do território Lusitano. Se para meu próprio beneficio tivesse de ser cristão, assim o seria.

A - Ainda sobre Guimarães, gostas do sitio onde vives? Eras capaz de te mudar se isso significasse um beneficio para os Winter Cry?
WC - Viver envolvido por toda esta áurea medieval, e perto de tudo o que a Mãe Natureza nos pode dar é bastante gratificante, o mesmo não posso dizer da população local. Se mudar de cidade constituísse um beneficio, quer para WINTER CRY quer para nós, seria uma questão a colocar.

A - O Inverno é a tua estação preferida? Elementos como o gelo, o vento etc.. estão bem presentes na biografia da banda…
WC - Sim, pois o Inverno é metaforicamente o nosso 'alter ego', e através de toda a abrupta e convulsiva imagem de 'locus horrendus' fluem as nossas emoções.

A - Quais são os planos de Winter Cry para os tempos mais próximos?
WC - Pretendemos gravar o mais breve possível um novo trabalho.

A - Esta entrevista fica por aqui, obrigadão pela tua disponibilidade. Força para a banda, se quiseres deixar uma última mensagem…
WC - Gratos te estamos Marco, pelo teu inteligente apoio, auguro um futuro promissor para a vossa 'zine. Felicito toda a funérea legião que se dignou a comprar a bélica Aphrodite 'zine, e que agora a sua atenção nos presta. O nosso sortilégio "Celestial Winds" continua à vossa disposição por 500$.


Entrevista por Marco Amaral"
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